A roupa sofisticada dá lugar á roupa velha e charmosa somente para nós. Bom nos despirmos desse eu civilizado,nos mantermos em nosso aconchego,sem artifícios, sem a maquiagem que a vida, por vezes, nos exige. Não que sejamos fake. Aqueles que convivem com a gente sabendo como somos intimamente não se surpreendem com esse nosso outro eu que não precisa de verniz, que não se sente observado por pessoas que esperam tanta coisa de nós, que criam expectativas que nem sempre estamos dispostos, podemos ou queremos cumprir.
Muitas vezes, entretidos com algo durante nosso trabalho,mas não co-relacionado com o mesmo, temos a sensação de estarmos sendo observados. E estamos, mas é pela nossa própria consciência que parece nos apontar que aquilo não é hora e nem lugar. E no entanto, somos uma só pessoa…
Muitas vezes, em eventos chatos somos observados pelo nosso ‘eu da roupa velha e charmosa’ que parece nos dizer: ” que fria, hein?, mas fica ai que mais tarde a gente se encontra!kkkkkkkk”.
É importante a gente parar para observar ou pensar nos vários eus que existem e habitam dentro de nós e que nos fazem únicos. Muitas veze o ‘eu ocupado’ se rende ao ‘eu mais relaxado’. E engraçado que um ‘cobra’ postura do outro. Entendo que isso não tem nada a ver com bipolaridade ou esquizofrenia. É simplesmente algo intimo e pessoal e até saudável, no sentido de dialogarmos com a gente mesmo, de não nos rendermos à loucura no sentido patológico da palavra.
Mas, o mais interessante é a oportunidade que, muitas vezes, perdemos por deixar um ‘eu envergonhado’ , ou tímido ou até mesmo egoísta não demonstrar o amor que sentimos, de esboçarmos um simples cumprimento, não rir ou sorrir por conta das convenções estabelecidas.Mas é delicioso sermos observados pelos nossos ‘outros eus’ quando quebramos essas regras. Eles parecem dizer: “como você é ridículo!”. E a gente com prazeroso desafio devolve o olhar acusador dizendo intimamente: danem-se vocês. esse ‘eu aqui’ nasceu para ser feliz…
