Morre a professora Eulália Schiavon aos 93 anos!

RCI ARARAQUARA

Dona Eulália que sempre esbanjou simpatia e amor pelo esporte, esteve presente em quatro Olimpíadas e era torcedora ardorosa da Ferroviária.

Querida por todos, a professora de educação física Eulália Apparecida Schiavon, de 93 anos morreu nesta quinta-feira (7); seu féretro para o cemitério São Bento, aconteceu nesta sexta-feira, às 16h30.

Em 2016 a professora concedeu uma entrevista a Thiago Carvalho, assessor de imprensa da Ferroviária, onde contou um pouco de sua história.

Desde menina, Eulália Apparecida Schiavon já demonstrava interesse pelo esporte. Nas aulas de educação física no colégio, a araraquarense teve seu primeiro contato com uma bola de basquetebol. Daí em diante o esporte passou a fazer parte da sua vida. Se formou em Educação Física pela USP e foi professora durante 33 anos, lecionando na cidade de Matão e posteriormente Araraquara, no Ginásio São Bento e na Escola Estadual Bento de Abreu (EEBA). Mas foi a partir de 1968, que o espírito olímpico encantou a então professora.

“Eu tinha o sonho de acompanhar uma Olimpíada. Em 1968, tive a oportunidade de viajar com a Associação de Classes dos professores, que enviou duzentos profissionais de todo o país para acompanhar os jogos do México. Daí em diante não parei mais. É uma maravilha. Você assiste uma e depois quer ver outra e mais outra”, contou.

Depois do México, a professora viajou para a Alemanha (1972), Canadá (1976) e Rússia (1980). Com os olhos marejados, Eulália recordou cada momento e cada viagem em companhia das irmãs, que também entraram no espírito olímpico e começaram a acompanhá-la a partir dos jogos do México, em 1968. Entre as recordações inesquecíveis, dona Eulália também narrou momentos tristes que guardava na memória. “Em 1980, nas Olimpíadas da Rússia, foi uma tristeza. Era uma coisa bárbara. O país vivia o comunismo, a pobreza era enorme. Naquele tempo a Rússia estava sob ataque”, explicou.

Ainda emocionada, a aposentada fez questão de deixar registrado o momento “único”, presenciado na Olimpíada de 1976, no Canadá. “Aquela moça da ginástica (Nadia Comaneci) ganhou prêmios lindos (cinco medalhas). Maravilhosa aquela moça. Foi uma das coisas mais lindas que pude ver”, relembra.

Aos 90 anos de idade, dona Eulália acompanhou mais uma Olimpíada. Desta vez em casa, pelo televisor. A alegria estampada no sorriso de quem presenciou momentos históricos e conquistas inesquecíveis contrastava com a lucidez e a euforia da aposentada, pela camisa grená. “Eu sei que todos tem amor por essa camisa, essa grandiosa Ferroviária. Nunca deixem de torcer, pois ela merece”, conclui.

Uma das grandes realizações em que Eulália Schiavon esteve envolvida foi a tradicional Festa da Ginástica ou “Danças de todo o mundo”, em que os alunos representavam as danças típicas de cada país. Descanse em paz, querida Eulália.