Nascido na cidade de São Paulo, em 29 de setembro de 1930, Dirceu Siqueira começou a jogar futebol na várzea paulistana. Em 1950, foi jogar profissionalmente no Riopardense, de São José do Rio Pardo.
Coube ao fundador da Ferroviária e então presidente da Associação Desportiva Araraquara, Antonio Tavares Pereira Lima, a tarefa de contratá-lo para defender as cores da ADA em 1952. Em 1953, Dirceu Careca, como passou a ser conhecido, se transferiu para a Ferroviária, e ajudou a equipe a conquistar o primeiro acesso à Principal Divisão do estado, na campanha de 1955.
Jogador de estilo clássico, daqueles que jogam com a cabeça erguida, e de técnica apurada na execução dos passes, Dirceu foi eleito o melhor volante do interior na campanha da AFE no Campeonato Paulista de 1959. Na primeira excursão da equipe araraquarense ao exterior, em 1960, Dirceu chamou a atenção da imprensa espanhola pela sua facilidade na saída de bola, o que hoje chamamos de transição da defesa para o ataque. Vale lembrar que nessa oportunidade, a Ferroviária fez uma série de partidas em Portugal, Espanha e países africanos de língua portuguesa.
Fora de campo, Dirceu também se destacava. Nas concentrações, era o “puxador” nas rodas de samba, e líder das brincadeiras entre os jogadores. No dia-a-dia, era facilmente reconhecido pela elegância com que costumava se vestir e caminhar pelas ruas de Araraquara. Em 1961, Dirceu mudou-se para o México, onde se casou, teve quatro filhos, encerrou a carreira de jogador e iniciou seus trabalhos como treinador.
Em 29 de maio de 1999, na cidade de Guadalajara, aos 68 anos, Dirceu não resistiu a um enfarto. Sua vida chegou ao fim, mas o encantamento de seu futebol jamais será esquecido pelo apaixonado torcedor afeano.
Na foto Dorival Falconi entrevistando Dirceu Careca nos anos 50 no estádio da Fonte Luminosa.