Descoberto nos chamados “rapadões” de Araraquara por Picolim, o grande olheiro e revelador de talentos da Associação Ferroviária de Esportes, Alcides da Cruz Faustino ingressou nos juvenis da Ferroviária aos 17 anos.
Ao lado de craques como Dudu, Baiano e Eusébio, Lingüiça, como também era chamado, fez parte de uma geração de garotos que rapidamente se tornaram ídolos da torcida grená no final dos anos 50. Jogador veloz e habilidoso, Faustino era o autêntico ponta-direita, daqueles que incendiavam o jogo, e causava grandes preocupações para os laterais incumbidos de marcá-lo.
Chegou ao time profissional pelas mãos do então treinador José Agnelli, mas coube a outro treinador, José Carlos Bauer, ingressá-lo definitivamente entre os titulares da equipe. Durante a primeira excursão internacional da Ferroviária em 1960, pela Europa e África, Faustino foi um dos destaques do time, ao lado de Dirceu, Bazani, Miranda, Baiano, Dudu, entre outros, tendo recebido várias propostas de equipes européias. Na volta para o Brasil, em uma negociação com o São Paulo no valor de 3 milhões de cruzeiros mais o passe do ponta Peixinho, Faustino foi vendido ao clube do Morumbi juntamente com o atacante Pimentel.
Apesar de ter realizado partidas memoráveis pelo Tricolor do Morumbi, sofreu com a forte concorrência dos grandes jogadores que atuavam pelas equipes de ponta na época. Faleceu tragicamente na capital paulista, após ser vítima de um assalto. Mas em Araraquara, sua cidade natal, o Lingüiça será sempre lembrado pelos torcedores que, por tantas vezes, vibraram nas arquibancadas da Fonte Luminosa, vislumbrados com o futebol alegre e veloz, daquele que é até hoje considerado o melhor ponta-direita que vestiu a camisa grená da Associação Ferroviária de Esportes.