Paulo César Caju defende amigo Marco Antônio e craques do passado!Araraquara News!

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Foto:Wikipédia!

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As imagens de Marco Antônio, ex-lateral esquerdo do Fluminense e Seleção Brasileira nos anos 70, virilizaram nas redes sociais no começo da semana. Mas de maneira negativa, com o ex-craque cambaleando na porta de um bar em São João de Miriti, no Rio.

HISTÓRIA DOS CRAQUES


O seu ex-companheiro, Paulo Cezar Caju, saiu em defesa e pediu mais respeito para os craques do passado. 

Os dois brilharam no futebol carioca nos anos 70. Caju começou menino no Botafogo, passando depois pelos grandes do Rio como Fluminense, Flamengo e Vasco. O seu melhor contrato aconteceu após a Copa da Alemanha, em 1974, quando assinou com o Oly6mpíque de Marselha.

Era um meia-ponta esquerda, de muita habilidade e que foi tricampeão do mundo no México, em 1970, como reserva de Rivelino. Ele era favorito a ser titular, mas acabou sacado pelo técnico Zagalo alguns jogos antes da Copa.

MARCO ANTÔNIO, DUAS COPAS
O mesmo aconteceu com o lateral-esquerdo Marco Antônio, de muita habilidade. Ele acabou perdendo a vaga na seleção do Tri para Everaldo, apenas um bom marcador.

Marco Antônio era nascido em Santos, onde defendeu a Portuguesa Santista até 1968. depois se transferiu para o Fluminense, onde atuou até 1976. Passou depois pelo Vasco e Bangu.

Também foi preterido na Seleção Brasileira de 1974 na Alemanha, perdendo a vaga para Marinho Chagas, do Botafogo-RJ. Curiosamente também foi reserva na Copa do Mundo da Argentina, em 1978, perdendo o lugar para Rodrigues Neto e Edinho.

DEPOIMENTO E REALIDADE

É um depoimento corajoso, porém, triste. É algo da cultura nacional, como o povo não valoriza nosso passado e nossos ídolos.

No futebol, todos passam a normais mais rápido. Os próprios jogadores têm muita culpa nisso, muito pela conduta quando estão no auge e se acham semi Deuses, em pensar sempre no ‘EU’.

Leia abaixo o depoimento de Caju.

“Patrimônio nacional e imorrível”.

A definição, certeira, veio de gente simples, na porta de um boteco, provavelmente em São João de Meriti, onde meu compadre Marco Antônio passa as horas jogando carteado, fumando e bebendo conhaque. Recebi essa imagem pelo zap e me lembrei dos tempos em que me drogava descontroladamente.

PRECISA DE AJUDA


Marco Antônio há dois anos teve um AVC e recuperou-se totalmente. Treina um time de pelada em São João e é meio indomável, apesar de introvertido, caladão. O certo seria se internar e falei com o meu irmão, Fred, para ver que tipo de ajuda a AGAP (Associação de Garantia ao Atleta Profissional) poderia oferecer.

Deve receber uma pensão da CBF, mas o problema de muitos jogadores, principalmente os de minha época, vai muito além do dinheiro. É carência, abandono, apoio psicológico.

Nossa relação com o futebol e com a torcida era colossal, profunda e, acima de tudo, verdadeira. Antes da minha, então, nem se fala. Garrincha também enfrentou problemas com a bebida e foi abandonado.

POBRE GARRINCHA…


Quando seu pai morreu ele estava em Pau Grande e disse à família e vizinhos que seus amigos abastados e dirigentes de futebol arcariam com as despesas. Esperou, esperou e nada. O corpo do pai foi levado até o cemitério por um caminhão de lixo.

Pelé está só. Tostão, recluso. Gerson, Riva, eu e, acho que todo grupo da velha guarda, nunca assimilou a pendurada de chuteiras. O futebol era nossa vida, nosso amor, nossa entrega. Sem apoio psicológico ou oferta de empregos acabamos nos deprimindo. Não é fácil ficar longe do futebol.

VIDA SOFRIDA


Marco Antônio ficou viúvo cedo, sofreu um bocado. Dividi quarto com ele na Copa de 74. É um dos maiores laterais esquerdos da história do futebol brasileiro. Nilton Santos foi o maior. Entre Marco Antônio e Marinho Bruxa? Marco Antônio, sem dúvida.

Era completo, apoiava, marcava, cruzava, batia falta, era inteligente. Marinho foi genial, talento raro, mas era um peladeiro, no bom sentido, docemente irresponsável. Estamos a poucos meses de comemorar os 50 anos do Tri.

ONDE NÓS FICAMOS


É o momento de sermos procurados, badalados, exaltados. Eu posso ser localizado tomando um café no Kurt, Marco Antônio um conhaque, em São João, Riva cuidando de seus curiós, Gerson chorando em alguma transmissão da Tupi, Tostão despejando seus sentimentos em belas crônicas, Brito tomando uma cerveja em um quiosque da Ilha do Governador e o Furacão assistindo uma pelada na Praia do Leme, lembrando suas memoráveis arrancadas.

SAUDADE DA BOLA


Os heróis do Tri, apesar de serem considerados “patrimônios nacionais e imorríveis”, podem ser encontrados perdidos e filmados em qualquer esquina.

Deprimidos, bêbados, loucos, mas com o coração abarrotado de paixão por um futebol que se perdeu no tempo. Pra finalizar, me lembraram de mais um termo que está na moda dos comentaristas: “jogador de beirinha”.

Que tal de beirinha é essa?”

Paulo César Caju defende amigo Marco Antônio  e craques do passado!