Torcedores declaram amor e celebram 70 anos da Ferroviária!A Cidade On Araraquara!

Diego Coxi e Rodrigo Soró falam sobre sentimento de torcer pelo time de Araraquara, que completa 70 anos neste Domingo 12/04.

A Ferroviária comemora, neste domingo (12) de Páscoa, 70 anos de fundação. Contar a história de um clube de futebol pode até ser uma tarefa fácil. Mas, e contar a história da paixão que move tudo isso? A história do amor de torcedor. Será que é possível explicar sentimento?

Desde a fundação da Associação Ferroviária de Esportes em 12 de abril de 1950, o clube alimenta o amor de muitos apaixonados pelo futebol. Na casa do Diego Coxi, tudo começou com o avô, que viu de perto a fundação do clube. De lá para cá foram muitos momentos que estão na história da família.

“Ele [avô] sempre gostou de ir aos jogos, pegou uma época boa da Ferroviária em que o time estava em ascensão e começou a gostar do time. Nisso passou a paixão ao meu pai, que vai aos jogos desde quando tinha uns 9 anos e é de outra época boa da Ferrinha, quando esteve na Série A, vamos dizer assim do Brasileirão, e meu pai acompanhava muito o time, pulava o muro, jogava laranja, ia na Boca do Lixo, então é uma fase que ele me conta que era muito boa”, afirma.  

Diego, agachado ao centro, é um dos apaixonados que seguem a Locomotiva em qualquer hora e tempo (Foto: Arquivo Pessoal)

Diego diz que vai aos jogos desde o primeiro ano de vida. Poderia ter sido antes, mas a mãe dele não deixava o pai levar a criança de colo. Cada choro e cada sorriso estão na memória! Faz parte do futebol, nem sempre a vitória sorri para a gente.

“Quando eu nasci, minha mãe não deixava ele me levar, porque queria me levar ainda de colo. Aí quando completei um ano, fiz aniversário no sábado, em 1992 e no outro dia teve um jogo da Ferroviária e ele me levou. Então eu vou na Ferroviária desde quando eu tinha um ano e aí foi começando a paixão. Eu como meu avô e meu pai não consegui pegar uma época áurea da Locomotiva Grená, uma época tão boa e gloriosa, mas isso não me fez deixar de ser torcedor do time e cada rebaixamento eu via meu pai chorando e chorava muitas vezes sem entender”. 

A história da vida de outro fanático pela Ferroviária, o Rodrigo Coutinho Sossolote, de 45 anos, está diretamente ligada ao time. A mãe era funcionária da Fepasa, onde trabalhavam os fundadores do clube. Ele conta que quase nasceu dentro de um dos vagões e que guarda boas lembranças da infância.

“Tem a ver também com a minha história de vida, minha mãe era funcionária da Fepasa e a gravidez dela foi no trem, quase que eu nasci dentro do trem. Aí vem todo essa amor, essa paixão pelo clube, eu lembro quando eu era criança que minha mãe chegou com a proposta da família ser sócia do clube e ser descontado holerite dela, foi uma festa. Lembro que a gente ia fazer os exames médicos, que frequentava as piscinas do clube, nas aulas de natação, não fui jogador de futebol, mas das torcidas organizadas, fundei a torcida Expresso Grená, fui membro da Coração Grená por mais de 25 anos, conheci o meu lado de jornalista, que hoje sou graças a Ferroviária, então minha história de vida é ligada ao clube direta, ou indiretamente”, explica.  

Rodrigo Soró e sua mulher Gilda, estão sempre na torcida pela Ferroviária (Foto: Amanda Rocha/ACidadeON)

Rodrigo é, inclusive, um dos curadores do Museu de Reminiscência Esportivas Paschoal Gonçalves da Rocha. Quem dá nome ao local é o mais ilustre torcedor da Ferroviária. Paschoal faleceu em 2014, deixando um enorme acervo fotográfico da história da Ferroviária e do esporte amador. Para Rodrigo, o seu amor pelo clube não em tamanho.

“Ser afeano é você não desistir nunca, ir à luta, amar o time, porque é aquilo que sempre falo, torcer para grande é fácil. Apesar de que a Ferroviária sempre foi grande, ficou apenas distanciada, mas ela é uma paixão, um amor e amo o que faço, tenho orgulho de torcer para a Locomotiva Grená e não sou torcedor de moda não. Quando o time estava na quarta divisão estava junto, quando subiu eu também estava, quando ganha fico alegre, quando perde fico louco, é um sentimento maluco que temos pelo time. Minha esposa também acompanha e temos esse amor que é inexplicável”, define.

Para Diego, que é colecionador de camisas de futebol, esse amor não se explica.

“A Ferroviária é paixão né. É um sentimento inexplicável, como nosso próprio hino diz que ‘em qualquer hora e tempo’, então nós fazemos dessa parte do hino o nosso lema, porque temos que estar com a Ferroviária em qualquer hora e tempo. Independente da situação, campeonato ou divisão, a Ferroviária é amor mesmo, como se fosse uma pessoa da nossa família, as vezes até mais do que a nossa família, porque deixamos de ir em compromissos familiares para ir em jogo da Ferroviária”, descreve.  

Diego Coxi é um dos torcedores apaixonados pela Locomotiva Grená (Foto: Arquivo Pessoal)

E qual é o sonho de todo o torcedor, além de ver o time jogar com garra dentro de campo? Com certeza é que essa paixão nunca acabe!

“Como torcedor e jornalista eu desejo para a Ferroviária muitas felicidades, muitos anos de vida, que ela permaneça viva nos nossos corações para sempre. Essa é a minha mensagem, de 39 anos torcendo e sendo fanático. Feliz aniversário Ferroviária, amamos você”, finaliza. 

Em 70 anos de história, a Ferroviária soma títulos importantes como três Campeonatos Paulistas do Interior, três Paulistas A2 e duas Copas Paulistas. No feminino, as Guerreiras Grenás ostentam o posto de único clube bi-campeão nacional e campeão da Libertadores, em 2015. 

Torcedores acompanharam as Guerreiras na Libertadores do ano passado em um bar na Vila (Foto: Walter Strozzi/ACidade ON)