Em 1950, o Brasil sediava pela primeira vez uma edição da Copa do Mundo de Futebol. O desfecho dessa história, todos nós conhecemos. Na final do torneio, a seleção Uruguaia vira o jogo e vence nossa seleção por 2 a 1, em um Maracanã lotado e absolutamente silencioso após o jogo. Mas a partida que ficou marcada como uma das maiores decepções da história do futebol brasileiro, também será lembrada pela atuação do nosso médio-volante. A verdade é que Bauer ganhou o apelido de “O Gigante do Maracanã” pela sua atuação no jogo final, mas seu estilo clássico, com bom domínio de bola e passes precisos no meio campo da seleção brasileira, chamou a atenção do mundo em todas as partidas em que disputou naquele campeonato. É o único remanescente daquela seleção a atuar na Copa do Mundo de 1954, na Suíça. Bauer, que foi revelado pelo São Paulo F. C., também jogou no Botafogo-RJ, Portuguesa e São Bento de Sorocaba. Em seguida tornou-se treinador. Em 1960, José Carlos Bauer chega a Araraquara para comandar a Ferroviária em sua primeira excursão internacional. Na ocasião, a equipe grená fez uma seqüência de amistosos em gramados portugueses, espanhóis e países africanos de língua portuguesa. O desempenho da AFE comandada por Bauer contra grandes clubes europeus da época atraiu os olhos do mundo todo. Mas foi em Moçambique que Bauer revelou seu “olho clínico” para o futebol. No país africano onde o futebol ainda engatinhava, Bauer descobriu um grande talento do futebol mundial: Eusébio, o Pantera Negra, craque e artilheiro da seleção portuguesa na Copa do Mundo de 1966, e considerado por muitos o maior jogador português de todos os tempos, foi descoberto por nosso treinador, após uma partida em que a AFE venceu brilhantemente a Seleção de Lourenço Marques por 3 a 0. Mesmo não tendo marcado gols contra a Ferroviária, Bauer viu naquele jovem jogador um futuro brilhante, e, sob sua indicação, Eusébio foi jogar no Benfica, onde atuou por 711 vezes, ganhou a bola de ouro como melhor jogador da Europa, e foi bi-campeão europeu. Bauer comandou outras equipes como Juventus, Francana, Atlas do México e Milionários da Colômbia. No dia 04 de Fevereiro de 2007, o Gigante do Maracanã adormeceu para sempre. Acometido pelo Mal de Alzheimer, Bauer faleceu aos 81 anos na capital paulista, sua cidade natal. Mas ficará para sempre o orgulho de toda a torcida afeana em ter em sua história, um gigante futebol.