Os números impressionam e traduzem competência e seriedade. Talvez sejam estas as palavras que melhor expressam quem foi Vail Pelegrinetti Mota na trajetória da Ferroviária. O time grená tem uma história marcada não somente pelos grandes jogadores que por aqui passaram, mas também pelos seus comandantes.
Vail Mota nasceu em Itirapina no dia 21 de Junho de 1934 e mudou-se para Araraquara aos três anos de idade. Começou a jogar futebol na Associação Atlética Ferroviária, da Vila Xavier, em 1949. Atuou também nas equipes amadoras da Ferroviária e da ADA, sem muitas oportunidades no time principal. Em 1962, iniciou sua carreira de técnico das categorias de base da AFE, até que em 1968 surgiu a grande oportunidade: dirigir a equipe principal.
E, neste contexto, Vail Mota se destacou pelos números: foram 398 jogos no comando do time grená, com 153 vitórias, 121 empates e 124 derrotas. Vail esteve à frente da AFE nas temporadas de 1968, 69, 70, 71, 75, 76, 77, 78, 85, 89, 90, 92, 93, 94, 95 e 96. Comandou o time na terceira excursão ao exterior, para a América Central e Caribe, em 1968, na conquista do terceiro título do Interior em 1969, na conquista da Taça dos Invictos em 1971, nos difíceis anos 70, quando ocorreu a perda do vínculo com a extinta Estrada de Ferro Araraquara, e na grande campanha do Campeonato Paulista de 1993, que culminou com a volta da Ferroviária para o grupo de elite do Campeonato Paulista, além do direito de disputar o quadrangular final do Paulistão daquele ano.
Vail também trabalhou no São Paulo FC, onde não permaneceu por muito tempo devido à influência dos diretores de futebol em seu trabalho dentro de campo. Também comandou o Torrión do México, o Remo-PA, o Vila Nova-GO, a Catuense-BA, o Blumenau-SC e o América FC de São José do Rio Preto e vice campeão paulista de 1987 com o São José Esporte Clube de São José dos Campos.
Mas foi na Ferroviária que Vail Mota se tornou eterno. Muitos torcedores diziam: “Quando a coisa apertar, chama o Vail”. Faleceu em 16 de dezembro de 2009, mas seu legado jamais será esquecido pela fanática torcida afeana.